Existem diversos tipos de irrigação que podem ajudar sua plantação. A escolha certa para irrigar a lavoura gera aumento de resultados e, claro, redução de perdas e degradação do solo.

Muitos produtores deixam de estudar sobre as alternativas disponíveis, pensando apenas em instalar o sistema o mais rápido possível. Não seja um deles!

A irrigação visa atender à demanda hídrica das plantas, especialmente quando a região tem seca predominante ou má distribuição dos períodos chuvosos. E, como tal, deve ser bem-pensada, planejada e monitorada: para que tudo saia conforme o esperado.

Vamos aprender mais sobre isso? Continue a leitura e confira quantos tipos de irrigação existem, suas principais características, indicações de culturas e os sistemas mais usados no Brasil.

E mais: separamos dicas para você aprender como escolher o melhor tipo de irrigação para sua propriedade!

Quantos tipos de irrigação existem?

Existem diversos tipos de irrigação, sendo que os mais usados são: superficial; localizada; por aspersão e subirrigação. Cada método varia na forma como a água é aplicada à plantação, podendo unir dois ou mais sistemas, conforme a cultura, o solo, o clima, a energia e as condições socioeconômicas.

Quais os tipos de irrigação e suas características?

Os quatro tipos de irrigação mais usados no Brasil são: irrigação superficial (por inundação e por sulcos); irrigação localizada (microaspersão, gotejamento e linear); irrigação por aspersão (aspersão convencional, autopropelida e pivô central); e subirrigação, feita a uma certa profundidade para irrigar as raízes.

Entenda, em detalhes, quais os tipos de irrigação e suas características.

Irrigação superficial

A irrigação superficial conduz a água por gravidade para pontos de infiltração diretamente na superfície do solo. Ela cobre a área plantada por uma lâmina de água, que entra na terra. É por isso que esse tipo também é chamado de irrigação por gravidade.

Muito usada na região Sul do Brasil e em culturas de arroz e milho, ela possui dois subtipos: irrigação por inundações e irrigação por sulcos.

As principais vantagens da irrigação superficial são:

  • baixos custos fixos e operacionais: implementação, manutenção e energia;
  • não é afetada pelo vento;
  • não impacta os tratos culturais;
  • possibilita o aumento da fotossíntese nas folhas mais baixas;
  • ajuda a fixar o nitrogênio da atmosfera pelo crescimento de algas verde-azuis.

Já as maiores limitações desse tipo são:

  • depende da declividade do solo;
  • possui um manejo mais complexo;
  • precisa sistematizar o terreno;
  • não tem alto interesse comercial porque utiliza poucos equipamentos;
  • se não for bem-planejada e instalada, pode gerar água parada, que prejudica a plantação e respiração das raízes;
  • possui erosões constantes nos sulcos;
  • gera certa perda de água.

Irrigação localizada

Esse tipo de irrigação conduz a água pelas raízes das plantas, gerando uma faixa úmida ou círculo molhado. Ele é bastante utilizado em plantações de árvores frutíferas. Seus três subtipos são: microaspersão (emissores superficiais), gotejamento (emissores pontuais) e linear (tubo poroso ou “tripa”).

Indicada para produção de milho-verde, seus maiores benefícios são:

  • baixo gasto com energia e mão de obra;
  • boa eficiência de aplicação, tendo pouca perda por evaporação;
  • adapta-se a diversos tipos de solo;
  • mantém o solo úmido e com oxigênio de maneira uniforme;
  • pode ser usada em locais com vento e terrenos em declive;
  • facilita a aplicação de fertilizantes;
  • propicia economia de água pelo fato da proporção da área molhada variar de 20 a 80% da área total;
  • permite automação.

Já as desvantagens da irrigação localizada são:

  • custo de investimento inicial alto, pois necessita de grande quantidade de tubos;
  • os buracos de saída de água podem entupir com mais facilidade;
  • contribui para a redução da profundidade das raízes, pois fornece água de modo constante.

Aprenda mais: Irrigação por gotejamento: o que é, como funciona e 17 vantagens

Irrigação por aspersão

A irrigação por aspersão simula uma chuva em cima das plantas por meio de um aspersor que expele água e a transforma em pequenas gotículas. Existem três subtipos:

  • aspersão convencional: modelo mais tradicional e básico. Tem três tipos de sistemas, os fixos (tubulações são enterradas), semifixos (linhas principais enterradas e as laterais móveis) e portáteis (linhas principais e laterais são móveis);
  • aspersão autopropelida: usa apenas um canhão no carrinho que se desloca ao longo da área a ser irrigada. Há uma mangueira flexível que conecta o carrinho aos hidrantes da linha principal. Consome muita energia e sofre bastante perda com o vento;
  • pivô central: montado em uma lateral que gira em torno do centro de um círculo, chamado de pivô. Cada torre possui um motor elétrico, permitindo que sejam acionadas de modo independente.

Confira as maiores vantagens da irrigação por aspersão:

  • custo reduzido de mão de obra;
  • ótima eficiência na distribuição de água;
  • facilita a aplicação de fertilizantes;
  • proporciona melhor controle da lâmina de irrigação;
  • adaptação em diversos tipos de solo;
  • pode ser 100% automatizada;
  • as tubulações podem ser desmontadas com facilidade para possibilitar o tráfego de máquinas agrícolas.

Já sobre as desvantagens, citamos algumas abaixo:

  • custos mais elevados de instalação e operação;
  • é afetada pelo vento;
  • a vida útil dos equipamentos pode ser reduzida quando a irrigação é feita com água salina ou sedimentos;
  • pode desenvolver doenças em alguns tipos de cultura;
  • pode danificar o solo pelo escoamento de água ao redor da área plantada.

Subirrigação

Como o próprio nome já indica, a subirrigação acontece embaixo do solo, a uma certa profundidade, com a finalidade de conduzir a água até as raízes da planta. Pode ser associado a um sistema de drenagem subsuperficial.

Qual é o melhor tipo de irrigação?

O melhor tipo de irrigação é aquele adequado à cultura plantada, à topografia do terreno, às condições do solo, ao clima, à disponibilidade de água e ao manejo. Sendo assim, o ideal é contar com empresas que prestam serviços de consultoria para determinar os melhores sistemas para suas necessidades.

Continue aprendendo: Sistema de irrigação automático: o que é e como funciona? Entenda!

Como escolher o melhor tipo de irrigação?

Para escolher o melhor tipo de irrigação, é necessário: analisar profundamente as condições do solo, da topografia e da cultura; compreender o clima da região e a disponibilidade de água; e escolher o sistema mais adequado de acordo com suas possibilidades financeiras e necessidades da propriedade.

Veja algumas dicas práticas de qual é o melhor tipo de irrigação para sua propriedade.

Topografia

  • Se a área não for plana, recomenda-se o uso de irrigação por aspersão ou localizada, que conseguem ajustar as taxas de aplicação para evitar a erosão do solo.
  • Se a declividade for de até 15%, é possível utilizar o sistema de irrigação por superfície. A aspersão é indicada para terrenos com até 30% de declive. O gotejamento para declives de até 60%.
  • Se a área for plana ou puder ser nivelada de modo fácil, pode-se usar qualquer um dos quatros tipos de irrigação.
  • Se o local tiver declividade irregular, recomenda-se a irrigação por aspersão ou localizada.

Solo

  • Os solos com velocidade normal de infiltração - maior do que 60 mm/h - precisam usar a irrigação por aspersão ou localizada.
  • Caso tenha velocidade menor do que 12 mm/h e esteja em áreas com declive, opte pela irrigação localizada.
  • Velocidades médias de irrigação podem escolher entre um dos quatro tipos de irrigação.
  • Terrenos com lençol freático alto devem instalar a irrigação por superfície ou subirrigação. E, caso possuam problemas de salinidade, precisam do método por aspersão ou localizada.
  • Se o solo tiver baixa capacidade de reter água, escolhe entre a irrigação por aspersão ou localizada para ajudar a elevar sua eficiência.

Cultura

  • Na plantação de milho, as melhores opções são a irrigação por sulcos ou subirrigação, aspersão convencional, autopropelida, pivô central e gotejamento. O pivô central é o mais usado no Brasil.
  • Verifique se o método de irrigação atende a todas as culturas da área plantada. Os tipos mais amplos e flexíveis são aspersão convencional e pivô central.
  • Em locais com pouca água, a irrigação por gotejamento pode ser uma boa opção. Apesar de ser mais cara, é eficiente.

Clima

  • Confira a frequência e a quantidade de chuva da região durante o ciclo de cada cultura para entender a disponibilidade de água.
  • Em regiões mais secas, a irrigação é 100% fundamental para o sucesso da plantação.
  • Em locais mais úmidos, a irrigação pode ser usada como um complemento.
  • Se tiver muito vento, evite o método por aspersão e opte pelo pivô central, irrigação localizada ou subirrigação.
  • Para proteger as plantas contra geadas, a melhor alternativa é o sistema por aspersão fixo, abrangendo toda a área de modo simultâneo.

Quais os tipos de irrigação utilizados no Brasil?

Os tipos de irrigação mais utilizados no Brasil são: pivô central e irrigação por aspersão (microaspersão, gotejamento e sulco camalhão). O sulco camalhão é uma novidade empregada no Rio Grande do Sul em cultivos de soja. Ele tem mostrado bons resultados, contribuindo com a melhora da drenagem superficial do solo.

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