A busca pela estabilidade financeira nas empresas envolve o acompanhamento de alguns indicadores fundamentais no seu dia a dia. Um deles é o pro rata. Já ouviu falar dele?

Trata-se de um cálculo importante, seja para cuidar de assuntos trabalhistas, seja para manter a organização financeira do seu negócio. Se você ainda não o conhece ou tem dúvidas sobre o assunto, o ideal é procurar entender melhor esse indicador.

Neste post, vamos explicá-lo, destacar em quais casos ele pode ser aplicado, como adotá-lo, entre outros pontos. Continue a leitura!

O que é pro rata?

O pro rata diz respeito a uma forma de cálculo proporcional de um pagamento e que pode ser aplicada a diferentes contextos. Inclusive, é possível defini-lo como uma maneira de garantir um pagamento mais justo sobre os serviços e, assim, evitar conflitos entre as partes.

Por exemplo: quando você assina um contrato de prestação de serviços por parte de uma empresa e a companhia não cumpre o acordado de modo contínuo, é possível pedir o pro rata. Ou seja, é viável solicitar o pagamento apenas pelos dias em que o serviço esteve disponível.

Um caso muito comum envolve os serviços de prestação de conexão à Internet. Quando a indisponibilidade permanece por horas, o valor da cobrança deve passar por um abatimento de maneira proporcional. Da mesma forma, isso pode ser aplicável ao seu negócio.

Vamos supor, por exemplo, que uma companhia contratou o seu serviço de transporte para uma entrega até um entreposto. Mas, enquanto a carga estava em trânsito, foi solicitada uma mudança de rota para um posto final.

O acréscimo do valor pode ser feito de modo proporcional — esse é o pro rata. Na prática, a organização arcará com a diferença relacionada com a nova distância que será percorrida. Igualmente, caso a situação envolvesse o oposto, o valor inicialmente acordado poderia passar por um abatimento proporcional ao encurtamento da distância.

O pro rata também pode abranger, por exemplo, o abatimento ou o acréscimo de valores pagos aos colaboradores, considerando o tempo pelo qual se ausentaram ou o número de horas extras. No entanto, vamos entender mais à frente em quais casos isso é aplicável.

Quais são os tipos de pro rata?

Existem dois tipos de pro rata que podem ser aplicados: o “temporis” e o “die”. A seguir, entenda mais sobre cada um deles.

Pro rata temporis

Nesse caso, a divisão do valor integral é feita em relação a um período de tempo corrido. Por exemplo: se estivermos falando sobre o pagamento proporcional aos colaboradores de uma empresa no que diz respeito ao período de admissão no negócio, esse é o tipo de pro rata que será "acionado".

Novamente, vamos a uma suposição: caso uma pessoa tenha trabalhado dez dias em um mês, o pagamento proporcional por dia de trabalho será calculado com base na divisão do valor total em diárias. Assim, será possível identificar a quantia proporcional aos dias trabalhados.

Pro rata die

Nesse caso, o cálculo é feito por meio de juros estabelecidos no contrato com a outra parte. O pro rata die é muito utilizado, por exemplo, quando há atrasos de pagamentos referentes a uma prestação de serviço. Assim, cada dia de atraso representa um percentual acrescido no valor total da dívida.

Em quais casos o pro rata é aplicado?

O pro rata tem várias possibilidades de aplicação. De forma geral, elas dependerão de como a sua empresa opera e das circunstâncias do seu uso. A seguir, veja alguns exemplos!

No consumo

Nesse contexto, o pro rata é bastante utilizado na área de prestação de serviços, sendo uma forma de precificação interessante para o cliente. Você se lembra do exemplo que demos acerca do consumo de Internet? Como dito, falávamos de um caso bastante comum da sua aplicação.

Outra estratégia de precificação pode envolver, por exemplo, a contratação de um plano de transporte por parte de uma empresa varejista para o seu negócio (ou até mesmo para você, como autônomo), abrangendo o deslocamento sempre do armazém para um entreposto específico. Assim, é possível criar um contrato de prestação de serviços cujo valor a ser pago seja proporcional ao uso do que foi contratado.

No departamento financeiro de uma empresa

Outra forma de adoção do pro rata abarca o controle financeiro de um negócio. Nesse caso, trata-se de uma maneira de calcular os dividendos de um período entre os acionistas para que seja possível garantir a divisão proporcional de acordo com a participação de cada um.

Do mesmo modo, o pro rata está relacionado com os juros sobre as dívidas dos clientes. Na prática, então, pode proporcionar a cobrança de forma adequada.

Nas questões trabalhistas

Como dito, o pro rata é muito utilizado também para o cálculo do pagamento proporcional a profissionais que trabalharam temporariamente. O mesmo vale para precisar o valor correto a ser pago a um colaborador específico, caso ele tenha sido admitido na metade do mês, por exemplo.

Com isso, torna-se viável garantir os direitos do profissional de forma segura e eficiente, evitando problemas judiciais que possam prejudicar o seu negócio. Além disso, o cálculo do pro rata ajuda a manter um planejamento financeiro mais eficiente sobre essas questões.

Como funciona o seu cálculo?

O cálculo do pro rata temporis é simples, pois pode ser feito com base na regra de três. Para isso, é importante que você defina o prazo que será levado em consideração na situação específica.

Por exemplo: se o salário de um motorista de transporte de cargas for de R$ 2.000 (com base em 30 dias corridos) e o profissional foi contratado no dia dez, o cálculo será feito da seguinte forma:

R$ 2.000 – 30 dias

R$ x – 10 dias

A partir da resolução dessa regra de três, vemos que a pessoa receberá, por aquele mês, R$ 666. Ou seja, é possível garantir um pagamento proporcional aos dias trabalhados, assegurando também uma perspectiva mais justa.

Já no pro rata die, por envolver a incidência de juros, o cálculo leva em conta o acréscimo sobre os dias relacionados ao caso. Para torná-lo mais claro, vamos a um exemplo!

Suponhamos que um cliente do seu negócio deve pagar uma conta de uma prestação de serviços de R$ 1.000. Nesse caso, consideremos também que há incidência de juros simples de 1% por dia de atraso. Se a pessoa fizer o pagamento com três dias de atraso, o valor da dívida será de R$ 1.030.

Percebeu como entender melhor o pro rata pode ajudá-lo a fazer uma melhor administração financeira e a alcançar mais estabilidade em sua empresa? Na prática, isso proporciona também uma gestão mais eficiente no dia a dia, independentemente da sua área de atuação. Portanto, fique atento a isso e incorpore esse cálculo quando for necessário.

Como falamos, esse é um ponto fundamental para um bom planejamento financeiro do seu negócio. Agora, para entender como estruturá-lo bem, confira o nosso post com todas as dicas necessárias para evitar falhas nessa questão.